18.11.05

PARA QUE SERVE O TCE-GO?

“Para esconder falcatruas, empregar apaniguados e aposentar políticos em final de carreira ”


O governador de Goiás, Marconi Perillo, solicitou recentemente autorização à Assembléia Legislativa de Goiás para repassar ao Tribunal de Contas do Estado uma verba no valor de duzentos mil reais para “modernizar” o prédio que abriga a instituição.

Abaixo o discurso do deputado estadual Fernando Netto Lorenzi (PMDB/GO) eleito pela região da Margem da Estrada de Ferro, em Goiás e que será publicado no Jornal Atheneu, de Catalão, principal cidade da região.

"Será mesmo justo gastar o dinheiro do povo “modernizando” uma instituição que não sabe como encontrar um Deputado deste Estado [Goiás] para fornecer a ele as informações necessárias para o desempenho da sua função de Parlamentar, naquilo que diz respeito a sua obrigação de fiscalizar o dinheiro público?

Através de vários requerimentos, tenho solicitado documentação ao TCE sobre fatos que acontecem por aqui – e elas nunca me chegam às mãos. Solicitei, por exemplo, o gasto em mídia de televisão realizado pelo Governo do Estado no período de 2001 a 2002. Solicitei o processo que corre naquela Casa já há alguns anos, e que já terminou, recaindo sobre a então Secretária de Educação, Raquel Teixeira, a "Raquel do mal".

Solicitei informações sobre a
COOPRESGO, que emprega mil e duzentas pessoas na AGETOP, via indireta, burlando concurso público e cujos salários são abatidos das suas custas sociais, e não são repassados ao INSS ou a quem de direito... e elas me são sistematicamente negadas.

Eu tenho pedido ao TCE - órgão que foi concebido na tentativa de auxiliar este Poder -, explicações do porquê não tenho acesso a esses documentos. E nada...
Eu achava, quando ganhei a eleição para Deputado Estadual, que eu fosse ser uma espécie de “patrão” do TCE. Ou, no mínimo, um parceiro. Eu achava! Achava, "vou chegar ao Tribunal, vou requerer documentos, vou pedir para ver contratos, vou fazer o meu trabalho de fiscalização, vou ser um deputado pleno". Eu achava isso.

Mas chego aqui e vejo uma caixa preta, um lugar onde se esconde da sociedade goiana falcatruas enormes, que teriam que estar relacionadas para que nós, Deputados, pudéssemos cumprir com as nossas obrigações e chamar a atenção do Governo, do Presidente da
Saneago, do Presidente da IQUEGO
.
Porque, se pudéssemos estar exercendo a nossa função de fiscalizadores para a qual fomos eleitos, certamente, muito antes de ser preso Servito Menezes ou Darci Accorsi, nós já teríamos declarado a Goiás que a coisa não ia bem na IQUEGO, que a coisa não ia bem na Goiás Fomento, que a coisa não ia bem na Secretaria de Educação, que a coisa não vai bem na Secretaria da Saúde. Mas, quois!

Aqui se faz denúncias baseadas em documentos deles, como eu fiz com relação ao
Secretário da Saúde, uma denúncia séria, seriíssima, uma denúncia com relação à ex-Secretária de Educação. E, de repente, vêm para cá os relatórios finais, nos orientando a aprovar qualquer documento que tenha sido elaborado por este Governo, com ressalvas, porque a obrigação deles, já que eles têm o Ministério Público lá dentro, é tornar públicas essas ressalvas!

Mas, através do Ministério Público, levar até a Justiça ressalvas como, por exemplo, em 2003, o Governo pegou oito milhões na Secretaria de Educação, o dinheiro do
Secretaria da Fazenda. Ressalva como o fato do Governo de Goiás não gastar os 15% constitucionais na Saúde, ressalvas importantes, ilegais e imorais, que vêm para cá e que a maioria dos Deputados, por serem verdadeiros parceiros deste Governo danoso, aprovam.

Portanto, esses duzentos mil, certamente não é para pagar o cabide de emprego que lá um dia existiu ali, não sei se existe. A minha cidade já chegou a ter dois conselheiros, dois
ex-Deputados. Calculava-se que suas famílias recebiam cem mil reais cada uma, totalizando duzentos mil, e tudo por conta de sogra, sobrinho, primo, tia, irmão, pai, mãe, que eram contratados do TCE... O Deputado Adib Elias esteve aqui, sustentou durante algum tempo uma CPI contra o Tribunal, onde ficou demonstrado tudo isso. Mas e a pizza?

Agora eu digo ao povo goiano que chegou o momento de nós, Deputados, levantarmos nova barricada contra o Tribunal. Por que negar a nós documentos? Baseado em que? Onde está a regulamentação que permite ao Presidente, aos Conselheiros, aos auditores, nos negarem informações?

E se somos da oposição, e entramos ao Tribunal com um requerimento - já aprovado em Plenário, solicitando quanto que o Governo gastou em picolé no dia das crianças, nós não vamos receber essa informação. Muito menos a quantas andam a corrupção na terceira via, muito menos a quantas andam essas cooperativas de prestação de serviço, que são verdadeiros ralos de dinheiro público aqui em Goiás.

Eu acho importante informar aos catalanos, e à minha região, que o TCE custa aproximadamente 70 milhões de reais por ano aos bolsos do povo. Portanto, não tem o direito de se enclausurar como uma caixa preta, intransponível ao Poder que cabe a um Parlamentar deste Estado.

Informar também que votei contra a solicitação de Marconi Perillo de repassar a eles os 200 mil reais, e deixar, também, mais do que registrado, o meu protesto contra a existência desse órgão, que não cumpre a sua função institucional, e tem servido tão-somente para empregar apaniguados e para aposentar políticos em final de carreira.


SOBRE "O BANQUEIRO ANARQUISTA"

Como é um texto que, embora não grande (São dezessete páginas), ficaria temerário de se o pôr em um blog (por dificultar a leitura), dou dele apenas o preâmbulo; os que o quiserem completo, comentem e o mando por e-mail. Valerá a pena; é delicioso!

O BANQUEIRO ANARQUISTA

O BANQUEIRO ANARQUISTA
(Fernando Pessoa)


- Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande comerciante e açambarcador notável, fumava como quem não pensa. A conversa, que fora amortecendo, jazia morta entre nós. Procurei reanimá-la, ao acaso, servindo-me de uma idéia que me passou pela meditação. Voltei-me para ele, sorrindo.
- É verdade: disseram-me há dias que V. em tempos foi anarquista...
- Fui, não: fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista.
- Essa é boa! V. anarquista! Em que é que V. é anarquista?... Só se V. dá à palavra qualquer sentido diferente...
- Do vulgar? Não; não dou. Emprego a palavra no sentido vulgar.
- Quer V. dizer, então, que é anarquista exatamente no mesmo sentido em que são anarquistas esses tipos das organizações operárias? Então entre V. e esses tipos da bomba e dos sindicatos não há diferença nenhuma?
- Diferença, diferença, há... Evidentemente que há diferença. Mas não é a que V. julga. V. duvida talvez que as minhas teorias sociais sejam iguais às deles?...
- Ah, já percebo! V., quanto às teorias, é anarquista; quanto à prática...
- Quanto à prática sou tão anarquista como quanto às teorias. E quanto à prática sou mais, sou muito mais, anarquista que esses tipos que V. citou. Toda a minha vida o mostra.
- Hein?!
- Toda a minha vida o mostra, filho. V. é que nunca deu a esta cousas uma atenção lúcida. Por isso lhe parece que estou dizendo uma asneira, ou então estou brincando consigo.
- Ó homem, eu não percebo nada!... A não ser..., a não ser que V. julgue a sua vida dissolvente e anti-social e dê esse sentido ao anarquismo...
- Já lhe disse que não - isto é, já lhe disse que não dou à palavra anarquismo um sentido diferente do vulgar.
- Está bem... Continuo sem perceber... Ó homem, V. quer-me dizer que não há diferença entre as suas teorias verdadeiramente anarquistas e a prática da sua vida- a prática da sua vida como ela é agora? V. quer que eu acredite que V. tem uma vida exatamente igual à dos tipos que vulgarmente são anarquistas?
- Não; não é isso. O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da minha vida não há divergência nenhuma, mas uma conformidade absoluta. Lá que não tenho uma vida como a dos tipo dos sindicatos e das bombas - isso é verdade. Mas é a vida deles que está fora do anarquismo, fora dos ideais deles. A minha não. Em mim - sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser -, em mim a teoria e a prática do anarquismo estão conjuntas e ambas certas. V. comparou-me a esses parvos dos sindicatos e das bombas para indicar que sou diferente deles. Sou, mas a diferença é esta: eles (sim, eles e não eu) são anarquistas só na teoria; eu sou-o na teoria e na prática. Eles são anarquistas e estúpidos, eu anarquista e inteligente. Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles - os dos sindicatos e das bombas (eu também lá estive e saí de lá exatamente pelo meu verdadeiro anarquismo) - eles são o lixo do anarquismo, os fêmeas da grande doutrina libertária.
- Essa nem ao diabo a ouviram! Isso é espantoso! Mas como concilia V. a sua vida - quero dizer a sua vida bancária e comercial - coma as teorias anarquistas? Como o concilia V., se diz que por teoria anarquista entende exatamente o que os anarquistas vulgares entendem? E V., ainda por cima, me diz que é diferente deles por ser mais anarquista do que eles - não é verdade?
- Exatamente. - Não percebo nada.
- Mas V. tem empenho em perceber?
- Todo o empenho.
Ele tirou da boca o charuto, que se apagara; reacendeu-o lentamente; tirou o fósforo que se extinguia; depô-lo ao de leve no cinzeiro; depois, erguendo a cabeça, um momento abaixada, disse:

15.11.05

PRINCIPAIS PARTIDOS E SEUS LÍDERES NA CÂMARA

Abaixo estão os sítios eletrônicos dos principais "partidos" brasileiros e a direção para o correio eletrônico dos líderes de cada um na Câmara Federal. É mister usar e abusar desta facilidade, sobretudo quando clamarem a indignação ou a vontade de ver projetos aprovados ou rejeitados.

  • PT Henrique Fontana

  • PMDB Wilson Santiago

  • PFL Rodrigo Maia

  • PP José Janene

  • PSDB Alberto Goldman

  • PTB José Múcio

  • PL Sandro Mabel

  • PSB Renato Casagrande

  • PDT Severiano Alves

  • PPS Dimas Ramalho

  • PCdoB Renildo Calheiros

  • PV Sarney Filho

  • PSOL Luciana Genro

  • GOIÁS EM BRASÍLIA

    Pois é, prezado cidadão(ã) goiano(a), às vezes dá aquela vontade danada de sugerir, pedir satisfações, ou mesmo apenas trocar idéias com os representantes da goianidade em Brasília.
    Então, se isso acontecer, bastar vir aqui e clicar no nome do(a) escolhido(a). Sugiro também que sempre que algum partido fizer ou compactuar com merda, clique em umrepresentante eleito dele aqui em Goiás.
    Para dar apenas dois exemplos, fiquemos com os auto-intitulados "representantes dos trabalhadores" Neyde Aparecida e Rubens Otoni, que votaram contra o aumento do Salário Mínimo ano passado e Sérgio Caiado, que retirou o seu nome da lista dos deputados que pediram a prorrogação da CPI dos correios, a pedido do Lula (PT-SP), conforme texto logo abaixo.

    Câmara dos Deputados

  • Barbosa Neto-PSB
  • Carlos Leréia-PSDB
  • Ênio Tatico-PL
  • João Câmara-PSDB
  • Jovair Arantes-PTB
  • Leandro Vilela-PMDB
  • Luiz Bittencourt-PMDB
  • Neyde Aparecida-PT
  • Pedro Canedo-PP
  • Pedro Chaves-PMDB
  • Raquel Teixeira-PSDB
  • Ronaldo Caiado-PFL
  • Rubens Otoni-PT
  • Sandes Júnior-PP
  • Sandro Mabel-PL
  • Sérgio Caiado-PP
  • Vilmar Rocha-PFL


  • Senado Federal

  • Demóstenes Torres-PFL
  • Íris Araújo-PMDB
  • Lúcia Vânia-PSDB

  • 14.11.05

    SESSENTA E SETE CONTRA O BRASIL

    Estes são os deputados que _ segundo a imprensa_ a pedido de sua excelência o presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva (PT-SP), retiraram seus nomes da lista daqueles que pediram a prorrogação da CPI dos Correios.

    Caso você reconheça uma das figuras abaixo listadas e/ou queira perguntar aos(às) próprios (as) a razão da mudança repentina de opinião, basta clicar no nome, que é um link direto para o e-mail dos(as) infelizes.

    Na hora de votar, visite a lista, comente com quem você puder, sobretudo se você achar que caráter e honestidade de princípios e propósitos são características desejáveis em um político.


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